Na noite sangrou-se a luz da ribalta
Diante de um carnaval de carnificinas,
Não houve confetes nem serpentinas
Na escuridão que amedronta e assalta...
A alegria aboletou-se no casulo do dia
E as luzes derramaram intenso inseticida,
Houve trevas na tempestade homicida
E no ambiente tétrico não houve nostalgia.
Instalou-se o medo no circuito hediondo
E o silêncio rompeu-se com forte estrondo
De um trovão que fez tremer o vento...
Relâmpagos rasgaram a atmosfera deserta,
Nuvens negras desabaram na agonia desperta
Dissociando-se as horas nas amarras do tempo!