Há sempre essa ponta de tristeza, sempre essa falta de algo indefinido. E como me tortura essa ignorância... Esse medo do porvir, que nunca chega.
Há sempre essa falta de fé, sempre essa descrença na bondade alheia. Não acredito em pessoas boas demais, bondade excessiva me soa falso.
Há sempre essas quatro paredes, acolhendo minha solidão exasperada. Paredes imundas! Exibem os pensamentos torpes que já havia esquecido.
Há sempre a hora de acordar, desnecessário, já que a realidade é cruel. Um bombardeio diário de imprudência, descaso, falsidade, mentira. Fatos que refletem a podridão humana.
Vez em quando espasmos de felicidade, diluindo todo desânimo adquirido, restaurando os pilares carcomidos. Fazendo-me respirar ares frescos, embora saiba que tudo voltará ao normal.