Piso nesta estrada
certo de que nunca cheguei
porque estou sempre
a sair
Eu já fui capaz de sorrir
antes de tirar a máscara
assumindo a face enrugada
de quem sempre chorou
Já fui dono de bólido
hoje vou no carro de boi
conheci delícias
e como de graça o não sei o que foi
Antes de partir recebo da vida
a herança do que nunca fui
capaz de fazer, do muito que perdi
sonhando vivências sem nenhum porquê
Eu escrevo na terra
não é pelo direito de ser triste,
o que paira no céu
sabe quem vê além do que assiste
Era por amar sem esperar retorno
que eu deixei na sombra
cada cor da minha alma,
era por saber que o amor só pune
que eu pendurei no galho da árvore da noite
cada raio do brilho do olhar
que nunca tive mais,
já não sonho
nenhum sonho é descrente em ser melhor
e hoje de velho volto ao pó
sem medo de ser de novo
o que é a estrela depois de morrer
[size=medium]Eriko y Alvym[/size]