Espalha - mas não me arreda o céu
Não se preocupe, do céu, só quero a lua.
A lua toda nua feito com uma linha de carretel.
Então enrola-me nesta linha e lapida o que é tua
Desafio-te a compor um tom azul da cor do meu anel
Mil sonetos compus, tua alma ainda crua, neste tom não flutua.
Mas levito nessa nossa canção, vejo-a como um cordel.
Infinito em dimensão, errante em teu céu, o instante que não dura
Somos poetas tortos, e o mistério das palavras nos atraem
Mas vivo além da ilusão, como pode você sentir esta atração
Olhares furtivos e misteriosos, detalhes que sempre sobressaem
Quem é você que os olhos recônditos aos meus, seguem-me no além?
Eu sou no fundo, bem no fundo aquela sua inexplicável canção.
Doei meu coração, já não canto a canção, minha loucura não mais lhe convém
Murilo Celani Servo
Dueto Com Soraia Santiago