Poemas : 

Carícia Suprema

 
Amanhece o dia em raias sanguíneas.
Porém o espetáculo me é indiferente.
Não vejo deuses em carruagens ígneas
Percorrendo o céu em busca do Oriente.

Acho que me mordiscou a melancolia
Com o seu mais afiado e pontudo dente
Pois não ouço mais o cantar da cotovia
Nem o do rouxinol o canto entorpecente.

Não tenho mais contentamento e alegria
Tenho apenas a noite e o dia pela frente,
Apenas o meu velho violão como companhia,
Como paliativo para meu coração doente.

Mas não quero fazer ser triste este poema.
Nem quero que seja de lágrimas a poesia.
Por isso eu te deixo minha carícia suprema
Quebrando as correntes. Tome tua carta de alforria.


Gyl Ferrys

 
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Gyl
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 31/03/2012 00:33  Atualizado: 31/03/2012 00:33
 Re: Carícia Suprema
*Gyl, depois de tantos anos, ainda me é gratificante e surpreendente a tua escrita.
A riqueza dos sentidos, do vocabulário, dos sentimentos, tudo me é exuberante.
Eu, ainda e sempre, sinto-me tocada pela tua Palavra.
Um beijo imenso de carinho e admiração, meu 'moço etéreo'...
Karinna*


Enviado por Tópico
gil de olive
Publicado: 31/03/2012 08:10  Atualizado: 31/03/2012 08:10
Colaborador
Usuário desde: 03/11/2007
Localidade: Campos do Jordão SP BR
Mensagens: 4838
 Re: Carícia Suprema
Parabenizando por mais um belo texto! Lindo dia!


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 31/03/2012 17:40  Atualizado: 31/03/2012 17:40
 Re: Carícia Suprema P/ Gyl
Olá Gyl!

Há dias que nos deixam a alma amarga...e as lágrimas teimosas aparecem...o poema trouxe, de facto alguma tristeza. MAS como termina com uma carícia suprema, com uma carta de alforria...volta o sorriso ao nosso rosto!

Obrigada por partilhar mais uma obra de arte da sua bela safra!

Beijos mil...Gyl!

Felisbela