Padeço tua ausência na febre ferida
Que acomete minha sensibilidade inata,
Solidão que fomenta a saudade ingrata
De um perfil cujo painel é a própria vida.
Imenso anfiteatro me aplaude com desdém
E suga de mim um sentimento constrangido
Por uma plateia amorfa que me há consumido
O respaldo evangélico que recebi do além.
Na frenética metafísica dissipo meus átomos
E tua imagem me corrói o ventre combalido
Pela dor que esmaga um amor desiludido
Diante da afeição que se dilui no apêndice de um átimo...
Na excêntrica febre no desvario de um momento
Isento-me de persuadir meu logrado sentimento!