Na penumbra do quarto sinto-te o corpo fremente, a alma ilumina-se, salta-te do peito em raios de luz. Ilumina-se a escuridão e nascem as sombras, vês-me sem me tocares, sentes-me, presença constante, caminhando a teu lado ao longo dos dias, amando-te pelas noites fora. Meu corpo invisível é trespassado pelo brilho do teu ser, reconheces-me apenas pela sombra que projecto sobre tua pele despida.
Sentes o calor dos meus lábios cruzando os teus, e a intensidade do mar dos meus olhos quando vem molhar as areias das tuas praias. De minhas mãos recolhes o tacto com que te acaricias, sentindo-te minha a cada toque. No âmago de ti recebes meu corpo inventado, abraçando-o, deixando-o completamente entregue em teu corpo húmido de prazer.
Sinto no ar o perfume da tua pele, como se tivesses vindo até mim, como se estivesses aqui, minhas mãos deslizam no ar, contornando teu corpo acabado de criar. Pura magia, aquela que te faz viajar, até mim. Sonho, utopia, ou simplesmente vontade de te encontrar.