ANIMA
O que farás de mim é segredo
Que espero ansioso o desvendar
O que farei de ti é precioso
Só o saberei ao lá estar
Sendo o senhor de tudo
Mestre de todos os aprendizes
Apenas passas, fruta madura
Enchendo vazios se nada dizes
Assistirá ao meu amor crescer
Crescerei sob Tuas vistas
A ti parecerão nada as conquistas
Que tanto amarei por tê-las vencido
Minha força será desprezível
O eu ser tudo a ti nada diz
Tantos passaram por ti, risíveis
Crendo-se astutos sendo aprendizes
Ódio, astúcia, amor e logro
Para ti, tudo o mesmo jogo
Não diferencias nada, escópico
Assistir é o que lhe é próprio
passo eu em disparada, eu fervo!
Passam as coisas em evolução
Tu, eterno, sempre o mesmo
Indiferente à dor ou paixão.
Tempo, meu Senhor-Rei
Ensina-me anímica alegria
Quando souberes o que sei
Terás somado os meus dias
O que faremos, eu e tu, de nós
Caluda, que nada entenderão
Brincamos de desatar os nós
Que os apressados apertarão
E nesse momento contigo
Acertaremos os ponteiros
Ouviremos o bronze dos sinos
Se resistirem ao desespero
Tempo, grande contador
Revela ao meu ouvido
Que me levas com amor
Para a comigo parecidos
Tempo, mestre cuidadoso
Cuida de quem te estima
Sê, comigo, caridoso
Por tanto amor em vida.
Pax et lux