Atrevo-me a confessar que sou um mancebo
Que vive a idealizar o perfil da mulher perfeita,
Tal qual o romântico configuro minha receita
No escapismo da realidade onde sonho e bebo...
Bebo da fantasia que moldura minha evasão
E ornamento meu mundo privado de doces alegorias,
No painel em que adereço minhas flores de utopia
A mulher é a imagem sensual do meu tesão.
Vejo-a nua conforme a fotografia dos meus apelos
E me percebo a acariciar na abundância dos seus pelos
Os microorganismos de uma pele sedosa e macia.
Se a realidade não contém os ingredientes do meu devaneio,
Não deixo que a morte precoce se instale em meu seio,
Mas recrio um retrato que preencha as lacunas de minha ousadia!