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Um Novo Dia - Seresta Matinal (Jorge Bichuetti)

 
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Pássaros cantantes no azul
me avisam que já é um novo dia;
levanto-me só para ver o esplendor
da vida nascente... a seresta matinal,
a esperança no verde viçoso onde o
orvalho umidece a aridez do passado...

Um novo dia, cantam pássaros e sinos;
um novo dia, narra o bailado dos álamos...

A rosa desabrocha instando-se no chão
as alegrias da ternura e da suavidade, bela,
no seu silêncio reflete o sol no caminho...

Caminhando, busco a liberdade:
não quero no novo as amarras do ontem,
não quero no clarão da manhã as nódeas
que viscosas turvaram meu coração...

Enxugo uma última lágrima, pois se o
dia será novo, me quero na novidade
arteira de voar e brilhar, esquecido dos
dias que envelheceram minhas paixões
e entristeceram a inquietude da mi'a alma
que teima em conservar-se enraizada no ontem,
quando o canto vida já nos chama para as terras do amanhã...

Um novo dia começa... e se algo desejo, desejo
o total esquecimento... a vida recomeçando como se
meu corpo fosse tão-somente u'a ode à alegria na
sinfonia do tempo que remoçado vê nos calos da vida
brotos de flores e fragmentos de sonhos... o riso e a paz
da vida reinventada nas metamorfoses siderais
que nos fazem um risco de luz na poesia do porvir...

Jorge Bichuetti, médico, psicoterapeuta e poeta mineiro.
 
Autor
AjAraujo
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