Encontrei um tipo a vomitar
a própria sombra,
no candeeiro da esquina
da avenida do Ar com a rua do Mar,
em frente à taberna jaguar
pensei
o que fazer quando as palavras enojam e tudo à volta delas?
A maior mer.. é a mer.. impingida como se fosse outra coisa ou,
pior ainda,
como se não fosse mer.., ou,
ainda mais, como se fosse coisa boa.
Se estas palavras enojam, não há remédio.
O remédio “não leias” é um veneno.
Um bom remédio não é possível.
Enquanto as palavras não te enojarem de morte,
serás grande ignorante.
À medida que te fores enojando,
serás um ignorante cada vez mais pequeno,
até não seres nada
reflecte
lê
fala. Escreve.
Vale a pena.
A pena.
Agora,
entra o retórico em palco
e até o oxigénio imprescindível para respirar se torna asfixiante.
Estado de coma.
O oxigénio do retórico é o coma dos outros.
Cuidado com a retórica.
Perigo de morte. Afasta-te.
Cague com classe!
Que arte?! C… com classe.
Borrar com classe.
Classe. Escrever…mer...
Escrever com…mer...
A mer.. é o menos, é o nada (que existe).
Escrever é que é.