Estes olhos marejados por saudades nao sao meus
E nao é minha esta imagem frágil e provisória que comedidamente disfarço
Tambem nao me pertencem dor e sensaçoes de embaraços
Isso nao sou eu
Nao é minha pessoa que cruza aquela rua e se assenta no jardim da praça
Deve ser um fantasma qualquer... algum rosto emprestado
O sorriso enviezado, as pernas cansadas, o peito apertado
Procurando em qualquer coisa encontrar alguma graça
Para passar
Esta vontade insistente que na alma pende
É feito novela que na louca quimera, final feliz está sempre presente
Mas que final?
Este ser nao sou eu, acredite quem quiser
É somente artifício, jovial e delírio de um cover qualquer.