A tarde cai,
a garça se recolhe
nas árvores do manguezal
As águas do canal,
no remanso das margens
acalentam o sono da natureza.
Tudo parece tão plácido,
salvo o roncar dos motores
dos carros na via expressa
Ninguém tem mais tempo
para apreciar as mudanças
das fases do dia
O sol morno se esconde
atrás do monte
onde fica a Igreja da Penha
O poente tem seu melhor ângulo
lá do último andar do Hospital
Em pleno inverno
Ele deixa um rastro dourado
No espelho da Baía de Guanabara
Como um manto pra entrada
Da Rainha-noite, com a Lua
E só tem como testemunhas
os pescadores da ponte do Galeão
Ah, que cenário maravilhoso
Nunca se repete igual
de tão singular que é...
AjAraújo, o poeta humanista, escrito em 20 de março de 2012, sobre um dos lugares marcantes de minha existência: a Ilha do Fundão.