Poemas : 

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Estou redondamente, enganada
O mundo não é redondo
É uma colmeia fantasiada
Demasiado o estrondo
No chocalhar da vaidade

Ansiosa a gravidade
Levita no cérebro atrofiado
Por um par de sapatos azuis
No farrapo enfiado
Desfila a infertilidade
Que os olhares poluem
Destituídos de amor
Na metralhadora que sustém
O corpo franzino com fome
Relembra que para ser homem
Ninguém pode ser refém

O par de sapatos azuis
Destitui a riqueza alimentada
Pela força do medo inglório
Coitada de mim olhando a montra
Imagino-me sereia
Deitada na areia

Ao longe os gritos da fome
Quero lá saber
Não reconheço o homem
Quero aqueles sapatos azuis
Quero porque quero
Que merda de mundo este
Dele nada espero

A não ser um belo par de sapatos.
Azuis.

Antonia Ruivo


Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.

Duas caras da mesma moeda:

Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´
Julia_Soares u...

 
Autor
Antónia Ruivo
 
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