Muitas vezes fico a olhar o horizonte.
Muito alem sobre os montes.
Olho o amanhecer o sol que vem nascendo.
E ao entardecer o por do sol morrendo.
Nesta hora me lembro de um amor.
Que em meu peito floresceu como uma flor.
Com o seu aroma me embriagou.
E certo tempo depois me abandonou.
Até hoje não sei porque partiu.
Tentei correr atrás lhe seguir.
Mas no estradão sobre a neblina sumiu.
E daquele dia em diante nunca mais a vi.
E então todos os dia subo o monte.
E fico a olhar o horizonte em direção ao estradão.
E dos meus olhos uma lagrima cai ao chão.
E em meu peito uma dor no coração.
E depois de muitos anos ter se passado.
Meu corpo pelo tempo destroçado judiado.
Já sem força para o monte escalar.
Sobre uma pedra no topo fico a pensar.
Quando o sol por traz dos montes se esconder.
Para que nunca saiba o que vou fazer.
Desse alto monte sob o precipício vou me lançar.
Para essa dor em meu peito findar.
E neste instante uma neblina cobre toda a colina.
E minha alma angustiada sente que algo vai se revelar
De repente um vento gelado e forte espalha a neblina.
Para revelar o porque do meu sofrer da minha sina.
Com dor no coração olho fixo no fim do estradão.
Para o meu espanto entre raios e trovões.
Abre se um portal na cortina do tempo um rasgão.
E o que vejo dois vulto vindo em minha direção.
Então desço a colina corro em direção ao estradão.
Sem ter medo de maldição ou assombração.
Correndo como o vento em sua direção.
Mas sem forças tropeço e caiu ao chão.
Levanto os olhos e o vulto me estende a mão.
Me levantando do chão me puxando em sua direção.
E olhando em seu olhos vejo ali minha paixão.
Que desapareceu no final do estradão sem dar explicação
Antes que eu desça as mansão do mortos.
Me fale a verdade prometo serei forte.
Mesmo estando a beira da morte.
Me diga o porque dessa sina ou mal sorte.
Quem é esse este vulto que esconde o rosto.
Por traz de uma capa debaixo de um capuz.
Foi por ele que me deixaste que me abandonaste.
Porque voltou se o meu tempo nesta terra se esgotou.
Olha pra mim, olha pra mim não em meus olhos.
Eles ainda tem o brilho de um amor ferido.
Olhe meu corpo consumido pelo tempo.
Pareço uma carcaça ambulante largada ao vento.
E ainda me diz que esse amor pode ser vivido.
Como se já estou no fim da minha vida.
Pra você o tempo não passou tudo parou.
E voltou ainda mais bela que uma flor.
E com voz de trovão que fazia estremecer o chão.
O vulto encapuzado em sua capa negra falou.
Diga o porque abonou diante de tão grande dor.
Fale quem tu és e de onde vem prove o teu amor.
Vai me diga logo acabe com essa tortura.
Sempre ti amei e não nunca ti odiei.
Em minha alma ainda a um sentimento de ti amar.
Mas como estou fico a imaginar e a chorrar.
Então vou te falar porque ti larguei ti deixei.
Mas nunca deixei de ti amar nem te abandonei.
Sou uma deusa uma feiticeira do alem.
Que queria encontrar um amor também.
Como uma forasteira a essa terra cheguei.
E quando ti encontrei me apaixonei em ti gamei.
Mas como sou uma feiticeira o futuro posso ver.
E certo dia em minha tenda o tempo avancei ali vi tu morrer.
E por muitos dias em minha tenda me aprisionei.
Angustiada ali pensando em ti dia e noite chorei.
Depois de muito pensar e comigo mesma falar.
Formei um portal mistico e Anúbis deus da morte fui invocar.
Entre Raios e trovões o véu do tempo se rasgou.
E toda a tenda com enxofre a Impregnou.
E no meio do fogo o vulto se materializou.
Corpo de homem e cabeça de chacal.
Estando ali em sua presença propus formar um pacto.
Mas não aceitou quis apenas um jogo jogar.
Com o nosso amor quis brincar para ver no que ia dar.
Como não tive outra opção o seu jogo fui jogar.
E atento ouvi sua proposta de sorte ou de morte.
Se em cem anos o amor que sente por ti não acabar.
O pacto terminara e seu grande amor sempre o terá.
Mas se antes do tempo o amor acabar minha escrava será.
Então tive que partir sem nada a ti revelar.
Em uma terra distante fui eu la se isolar.
Por todos os dias e noites ficava a chorar.
Seu sofrimento de la ficava a observar.
De onde estava Através de um portal.
Todos os dias e todas as noites ficava a te olhar.
Vi quando ao deuses clamava em alta voz chamava.
E do alto da colina uma resposta ao céus implorava.
Vi também quando o monte pela ultima vez escalou.
Ouvi todas as vezes que seu amor por mim declarou.
Mesmo sem saber se ti amava seu amor não acabou.
Vi quando esperava o sol se por para a sua vida findar.
Foi neste instante em que o pacto acabou.
Agora poderemos provar quanto é forte o amor.
E naquele momento abrir o portal com raios e trovões.
Para chamar sua atenção para que nada fosse em vão.
E agora que estamos juntos, juntos para sempre ficar.
Oh Anúbis cumpra com o que foi escrito num pergaminho selado.
Naquela noite macabra escrito com sangue de cabra
E o pergaminho a Anubis foi queimar e assim veio a falar.
Vou cumprir o que falei já que joguei e não ganhei
Se cem anos de sofrimento ti dei e tua amada lhe tirei.
Agora uma eternidade te darei e tua alma nunca levarei.
Nem teu corpo tocarei e nem em teus caminho cruzarei.
Vou jogar em outro lugar a muitas almas pra levar.
Esta humanidade ainda não aprendeu a amar.
Nem sabem dar valor a um grande amor.
Nesse jogo do amor tenho o tempo todo a favor.
E fez se um redemoinho na fumaça do pergaminho.
E Anúbis seguiu seu caminho deixando nos ali sozinho.
E naquele mesmo instante vi o tempo recuar.
E cem anos para traz foi onde fomos parar.
E agora que meu vigor e minha juventude voltou.
Para sempre podemos viver um eterno amor.
Sem sofrimento e dor vamos sempre nos amar.
Ja que a morte e o tempo pra nós não contara.
Entre fogo e paixão sofrimento e dor sobreviveu o amor.
Que a distancia o tempo e a morte enfrentou.
Para provar ao mundo o poder do amor.
Aqui esta a prova de dois corações que a morte não levou.
Direitos Reservados Ao Autor Valentim Eccel