Um guri catava detritos na lixeira do prédio,
Roupas rasgadas, seminu, corpo imundo,
Meu olfato captou um aroma fétido, vagabundo,
E o menino deglutia uma carniça muito sério.
Em meio a ratazanas, moscas e baratas voadoras,
A criança abastecia uma sacola com a podridão,
Fiquei deveras atônito diante de dantesca situação
E percebi o quanto a vida é indigesta e sofredora.
Rompante emotiva inundou meus olhos ante o veneno
Que a corrompida sociedade configura a cada dia,
É a dura realidade destituída de qualquer fantasia
Que transforma a beleza da vida num mundo obsceno.
Se a vida é tripudiada por fatos insensíveis e tresloucados,
A saúde mental dos homens é responsável por esses desagravos!