Ah, se eu não fosse poeta,
Qual seria a minha meta?
Se eu não amasse a medicina,
Qual seria a minha sina?
Se eu não gostasse de gente,
Qual seria a minha frente?
Se eu não curtisse a música,
Qual seria a minha mística?
Ah! Mas se acaso me tornei poeta,
Porque ainda procuro a minha meta?
Se hoje conheço um pouco minha sina
Porque ainda me encanta a medicina?
Se hoje eu vejo
A muralha à minha frente
Porque ainda busco
Libertar-me e a tanta gente?
Se hoje descubro cristalina
A verdade na mística
Porque ainda me enleva
Esta música de esfera?
Mas, se a poesia fosse só alegoria
Como explicar tanta melancolia?
Como extravasar tanta alegria?
Arranjo de palavras-flores, que rima...
AjAraújo, o poeta humanista, escrito em 18-mar-2012.
Imagem: Estátua de Pablo Neruda em Valparaíso.