Há um sítio em que os momentos permanecem,
um sítio em que a solidão nunca irá predominar,
um sítio em que o sol nasce todos os dias,
um sítio pintado com as cores do teu olhar.
Lá, perto e longe,
perdido no meio da multidão,
grita e desespera para que um dia
ele volte a tocar o teu morto coração.
Na cabeça, no olhar.
No agir, no cantar.
O reflexo da tua passagem faz sentir a falta
que a tua presença me traz.
Fugaz foi ela,
que te arrancou de mim
quando não o deveria.
Droga!
Porque o levas-te mais cedo do que ele merecia?
8 de Junho,
desde aí que a morte
se tornou em algo mais concreto para mim.
Um portal talvez, para encontrar o norte
capaz de me levar de novo a ti.
Não posso pedir que voltes,
sei que isso não vale de nada.
Por isso, espero e desespero,
porque um dia também partirei
com a tua alma apontada como destino.
Este poema foi escrito em memória do meu melhor amigo, que partiu a 8 de Junho de 2011.
Cumprimentos,
Sónia Fonseca