Quando desperto mansamente agora
é todo um sonho azul minha janela
e nela ficam presos esses olhos
amando-te no céu que faz lá fora.
Tu me sorris em tudo, misteriosa...
e a rua que - tal como outrora - desço,
a velha rua, eu mal a reconheço
em sua graça de menina-moça...
Riso na boca e vento no cabelo,
delas vem vindo em bando...E ao vê-lo
por um acaso olha-me a mais bela.
Sabes eu amo-te a perder de vista...
E bebo então, com uma saudade louca,
teu grande olhar azul nos olhos dela!
Mário Quintana, poeta gaúcho.