Que o silêncio fosse, nossa única condição do possível,
estranha probabilidade, essa, a que o encontro nos impõe,
negação da via expressa, em Babel confusão,
a torrente de palavras vãs, nos afasta e nos condena.
Nos antevistos espelho do olhar, serenos lagos azuis,
no céu das almas afins, sonhamos jubilosos mergulhos,
atados em singular condenação, sem nada poder dizer.
Quanto bem querer desperdiçado, testemunham nossas carnes tremulas,
exigentes da cessação de qualquer rumor, nenhum murmúrio.
Cumpramos com fervor desdita sina: fiques onde estás, que aqui ficou eu,
com todas essas palavras, grudadas no céu da boca ,
sem a nenhuma poder dizer, mas sentindo a todas.