Um vento gélido abeira-se
Veio para ficar, o frio atropela
A vontade que desmazela
Amor-próprio desnutrido
De pudor ou vicissitude, ao aproximar-se
O vento suaviza e descuida
Vontade macabra de ter
Ter, a palavra sonhada
Enrugada, parca fartura
Formosura intrincada na mente
Ter, pedaço de esperança amuada
Cordel esfrangalhado corta rente
O ramo de orquídeas brancas
Tombam suavemente entre portas
Ter, nunca teve afinal!
O vento acabou por despojar
O que restava da sorte
Foi agora a enterrar
Um indigente sem norte.
Antónia Ruivo.
Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.
Duas caras da mesma moeda:
Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´
Julia_Soares u...