Sente-se o pulsar bandido
Da terra em contenção
Neste episódio da secura
Um rouco grito ecoa
No seu seio antes fecundo
Como revolta
Do áspero sentir da inconsistência
Não há água que a humedeça
De entre as lágrimas perdidas
Que tombam noutros mundos
Das raízes nada germina
Secando-se uma a uma
Sem outra condição
A natureza é incógnita
Concretiza-se como quer
Neste planeta mistério
Responde à insensatez humana
Que ultimou tanto saque
Experiências sem rigor
Mudanças de vários planos
Estratégias destemperadas
E feitos sem valor
Para a tentar manobrar
É esta a condição
António MR Martins
2012.03.14
António MR Martins
Tem 12 livros editados. O último título "Juízos na noite", colecção Entre Versos, coordenada por Maria Antonieta Oliveira, In-Finita, 2019.
Membro do GPA-Grupo Poético de Aveiro
Sócio n.º 1227 da APE - Associação Portugues...