Luso-Poemas
 
Poemas : 

Estranho

 
Quando a madrugada
Começava ceder vez ao dia,
Ergui-me e te vi,
Em frente ao espelho,
Sem maquiagem
A pentear os cabelos.
Confuso, percebi tua imagem
Refletida, encarando-me,
Enquanto ouvia o rumor de passos
E vislumbrava, ao fundo,
Através do espelho do toucador,
Parte da casa que desconhecia.
Mudo, sem me reconhecer
Num rosto sem tintas ou máscaras,
Sem luta ou memória,
Pio crente de ti e do fastígio do amor,
Contemplava a cena,
Estranho de mim, de tudo,
Ante uma alvorada vindo, inexorável,
Mais estranha ainda...


 
Autor
Felipe Mendonça
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Enviado por Tópico
Vania Lopez
Publicado: 15/03/2012 02:49  Atualizado: 15/03/2012 02:49
Membro de honra
Usuário desde: 25/01/2009
Localidade: Pouso Alegre - MG
Mensagens: 18993
 Re: Estranho
Jamais senti um espelho que vê
em silencio... Uma alma desvendada
sem olhar o reflexo do espelho...
daqueles de guardar. bjs

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 19/03/2012 16:20  Atualizado: 19/03/2012 16:20
 Re: Estranho
os versos impulsionam para o cerne do poema, uma viagem a imaginação do poeta. o ledor, atento, contempla o imagético desses seus estranhos sonhos e espera outras revelações... quiçá possível noutra alvorada.
aquele abraço caRIOca.
zésilveira

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