Rebuscado é o sentimento que me consome
Que em minhas neuras reclama e chama
É a vertigem que mata minha fome
E que insiste em sentir que ama
A pequena imensa dor
Que dói e arde e inflama
Como lentas são as vorazes vozes
Que não se calam nem ao pé da cama
E em meus ouvidos gritam ferozes
Ao falar do amor
Como fosse palavra morta e purulenta
Na noite escura e não partícula pura
Como o ato que cria o fato e a pintura
Que as mãos divinas pintam desatentas
Rasgando meu coração
Os descaminhos que encantam e como ilha
Que flutua neste mar e brilha
Tão intensa, imensidão
Como estrela no universo
E transmutam criador em criatura
E a dor em alegria, à noite em dia
Amenizando o engasgar desta figura
Com um toque de amor, uma pitada de poesia
Alexandre