A morte anda a me espreitar
E meu sono cansado se agita,
Sonhos amorfos são minha desdita
Neste aluvião deserto isento de luar.
Nas frinchas etéreas meus devaneios somem
E minha memória adormecida desce à sepultura,
Sorrisos e lágrimas mancham de recordações a clausura
E a fotossíntese do tempo metamorfoseia o corpo do homem.
Cinzas do pensamento vagueiam sem destino
Após a incineração de um essência ébria e vazia,
No silêncio fotografa-se a alma vestida de nostalgia
A colher flores murchas nos canteiros do desatino.
Nas sementes transgênicas que a vida transmutada colhe
Forma-se o insensível cardápio de um mundo irreverente e pobre!