Meio palmo, meio buraco, meia coisa
perto de zero, sem ser negativo,
Magra, excelsa e perfeita.
Furacão, tempestade, terramoto,
um pedaço de céu e de chuva.
Um ponto no horizonte, um ponto de interrogação,
um ponto sem retorno, um sorriso eterno…
A desgraça, o destino,
O limite do perdão.
O limite do divino: a vida!
O olhar, a mirada, o semblante,
o ar, o jeito, a pose e a postura.
Insónia…
Uma loucura da cor da íris
e a serenidade de uma certeza,
Terna como uma caminhada sempre em frente:
Enviuvará!
Parirá!
Sonhará!
Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.
Eugénio de Andrade
Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.
À minha filha Matilde de 2 meses.