Eu olho a cama com medo de amar
O corpo inflama a alma a penar
E você sereno a me olhar... a me olhar
Eu rasgo meu corpo em pedaços macios
O mundo me gira em rotações de frio
Eu quero você demasiadamente
A razão é santa, a alma é carente
Não encontro fase mais plena de vida
Eu quero ser livre, mas me sinto bandida
Com frases intensas vou perdendo o pudor
Isso é fato, uma mulher quando ama tem sabor
De flor, de pele, de alma roubada
Num jardim qualquer de forma malvada
Para de me olhar assim!
Não me vê que me despe perpétua de mim!
E vencida por gotas de amor
Sou a perfeita face da mulher beija-flor!
Ledalge, 2012.
"Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende." (Guimarães Rosa)