Poemas : 

REFÉM do TEMPO

 
Tags:  tempo    trem    teatro    artista    dialética  
 
Ah! como soam antigas as promessas e o cabimento.
Nunca fui aluno aplicado nem procurei sarna, por isso me surpreende apenas o esquecimento.

Não quero mais o reconhecimento de Artista nem o capital das bancos, abandonei o olhar complacente da beleza na procura exímia do que de mim restará após a despedida sem cortejo.

Quero unicamente não ser lembrado, quero a ignorância pútrida do refém do tempo que não houve, quero a liberdade inenarrável do nunca reconhecido, inerte como um bruxo mal sucedido.

Nenhuma manifestação me espanta, como não é bem vinda a láurea do bandido, me dou bem com a brutalidade dos dilúvios, sejam eles filhos da voracidade ou do Nada a declarar.

Certa vez estive num trem, comigo o desprezo, conheço bem o ostracismo e a desconsideração, porque sou mestre em dialogar com minha alma, falo sozinho e entendo que em mim a solidão é uma dialética.

Há muito abandonei os vestígios maçons e a cara de bom moço, porque a conveniência quando não há semelhança, desde sempre gargalhei dos idiotas cultuantes da sombra previdenciária, porque o sol, meu lindo Amor, é uma fera que não respeita o teatro sem um bom sangue.


[size=medium]Eriko y Alvym[/size]

 
Autor
ERIKO ALVYM
 
Texto
Data
Leituras
1202
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
2
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 09/03/2012 23:24  Atualizado: 09/03/2012 23:24
 Re: REFÉM do TEMPO
É o tempo que nos faz, lindo poema