As novidades reais estão longe demais.
Aparecem baças e indivisíveis aos meus olhos.
Sofro duma estranha forma de miopia.
Apena aquilo que É me é visível.
Todo o foi e o será me estão vedados,
ocultos pelo deslumbre do momento.
Sim ,confesso ,vivo deslumbrado pelo momento.
Seja ele palpável ou apenas mais uma construção da minha ociosa mente.
Não conseguindo escolher nenhuma máscara do passado ,logo as tranco no baú do esquecimento.
"Águas passadas não movem moinhos!"
Digo eu para quem não quer ouvir.
Só mais uma mentira esmagada pela mó que bebe dum seco,cansado mas inesgotável ribeiro.
Fecho os olhos tentando chamar o sono de volta.
Doce e narcótico.
Deslizo pelo tortuoso escorrega da minha fantasia.
Tomo chá com a Alice e o Chapeleiro paranóico.
Velhos amigos desconhecidos e sem memória.
Vivo e revivo no sonho.
Sonho e "ressonho" na vida.
Vivo nos meus sonhos futuros.
Sonho na minha vida passada.
Hoje continuo dormindo, sonhando, dormente.
A necessidade estará em escrever ou em ser lido?
Somos o que somos ou somos o queremos ser?
Será a contemplação inimiga da acção?
Estas e outras, muitas, dúvidas me levam a escrever na ânsia de me conhecer melhor e talvez conhecer outros.