Chove-me o medo no peito
Sufoca-me a vontade de partir
Fixam-se os pés neste chão dorido
Quando encontro os vossos sorrisos
(soltos e libertos)
Prefiro ausentar-me de mim
Morrer-me por dentro
Por um secreto momento
Em que deixo de ser
A sentir o desespero da vossa tristeza
(que magoa, tanto)
Já não há rosa que nasça no meu sorriso
Já não há pão que cresça nas minhas mãos
(apenas a palavra ainda respira)
Mordo o grito entre os lábios
Enquanto engulo as lágrimas por dentro
Para que não mostrem a fraqueza
Que existe em mim
Para que não morra este rio sem fim
Hoje
Vou deixar-me escorrer por entre a terra
Talvez me perca para sempre….
… ou quem sabe
renasça em céu aberto
em cada semente do teu olhar!