*Validade dos Sonhos*
Vasculhai as gavetas dos sonhos,
Muitos as traças roeram sem dó,
Outros a validade foi mais breve,
Dois permaneceram intactos sem pó.
Há sonhos sem valência vigente,
Impossível até sua execução,
Outros o destino os destrói
Arrebata das mãos sem o perdão.
Há sonhos tão inconstantes
Inquietá-se na simples palavra
São como viajantes andarilhos
A cada pouso outro sonho trava.
Meus dois sonhos invioláveis
O mundo os pôs fora de moda,
Nem ousam enfrentar dias voláteis
Escondem-se entre risos e rodas.
Sonia Nogueira