O artista deu o peito às palmas quando se levantou da vénia num sentir agradecido, natural da profissão menor no dizer de quem não a compreende. Antes roçou a sua poesia pelo palco cheio de coisas bonitas… silêncios, vazios preenchidos de alma que cai e se levanta sempre.
O artista deu o peito às palmas e absorveu-as, sorveu-as. Deitou-se com elas, aconchegando-as com um amor satisfeito… sem paixão, só com amor terno e calmo. A cumplicidade entre os dois foi tão evidente como a das cores que se mesclam numa paisagem primaveril.
O artista deu o peito às palmas e viu-se crivado, tão trespassado que o seu ego transbordou com a vontade de voltar a dar vida à personagem encantadora que é e que quer sempre ser.
O artista deu o peito às palmas num jeito sóbrio e agarrado a um final que não existe. Os artistas que o saúdam com o aplauso sabem-no… os outros todos é que não.
Valdevinoxis
A boa convivência não é uma questão de tolerância.