Amigos
São os que vão connosco de mãos dadas,
Murmurando poemas,
Quando a Esperança morre
Muito dentro de nós…
E nos falam de pássaros azuis,
De risos matutinos
De Primaveras de Sol,
Nas horas sombreadas
De tormentos peregrinos…
Falam-nos sérios de manhãs de risos,
Com olhos de crianças,
E acreditam
No gosto acre das nossas gargalhadas
E no toque singelo
Do repicar dos sinos
Que são as nossas almas
Em tarde de ventura,
Quando ouvem perdidos na penumbra
Cantigas de meninos…
Oferecem-nos as mãos duas, calosas,
Vestidas de bondade
Nas estradas sem fim
De lendários desertos,
Onde ninguém cultiva
O perfume das rosas
Nos prados de Amizade…
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E são capazes de cantar connosco
Para além da distância,
Como que se vivessem
A certeza serena
Dum encontro melhor!...
Amigos,
Correi a procurá-los!
E se os encontrardes,
Escondei-os bem,
Muito dentro de vós,
Onde há céus estrelados
E caminhos de esperança
E onde chegam lentas,
Brancas e ressonantes
As vozes do Além
Como se fossem gritos de crianças!
Maria Helena Amaro
In, «Maria Mãe», 1973
http://mariahelenaamaro.blogspot.com/2012/03/meditando.html
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