Aos poucos, impotente e imóvel
Perece lentamente a grande árvore
Que me dá fronde.
Dor que se sepultará no outono
Das horas, em ligeiro sono
Um ponteiro marcará o tempo
O outro as marcas do vento no vale das dúvidas
Que fazem secretas fendas na alma.
Das folhas caídas sobrarão restos férteis
Que se transformarão em vida nova.
Girassóis que girarão seus olhos
Por minha órbita.
Giros em torno
Do sempre mesmo igual viver
Da dor que existe e não sinto
Da paz que não existe e minto.
Livre a alma de todo o peso
Do passado obeso
Em pele e osso
Se aninhará em outro corpo
E irá...
sergio néspoli