Meu encanto...
Quedo-me tal qual um pássaro
Ferido e abatido num dia de um cálido...
Domingo
Onde reinava um refrigerante verão.
Toque-me... Sinta-me... Sou teu...
Deixe que teus úberes rocem o marrom
Omoplatas de minhas largas costas...
Deixe...
Que teu hálito, mato sagrado das essências
Silvestres,
Eflúvios de todas as riquezas campestres,
Toquem-me as fartas penugens castanhas da nuca...
Toque-me...
Sinta-me...
Daqui, léguas e léguas e léguas de ti,
Sinto-me preso no teu arfante peito...
Nas delícias ciganas dos teus beijos...
Sim...
Daqui, de dentro de mim,
Percebo o açúcar de delícias
Divinas...
Do néctar que jorra e que eu exploro
Das meninas coloridas dos teus olhos...
Desejo-te?... Sim!
Sopre velas, sonhos e venha...
Traga o Paraíso e o tesouro,
Todo o ouro e a lenha
A chama alimente e mantenha
Sempre aceso meu poderoso fogo.
Beije-me...
Tatue manchas arroxeadas em meu
Pescoço...
Vem!... Você eu deixo!
Que se exale o cheiro...
Que se imortalize o nosso
Sentir... Voluptuoso!
Dance... Voe... Cerre teus cerúleos olhos...
Sou tua nau à deriva...
Sou...
Bebedor nato de tua labareda-língua...
Ou pássaro ferido com asas quebrantadas...
Em ti vejo encanto... Te vejo encantada...
Só não morro a míngua, meu amor,
Por que em ti...
Sinto-me em casa...
Encontro, enfim,
Uma segura... Morada!
Gyl Ferrys