Não sei...
Não sei se a Vida é o tal caminho verde
Por onde caminhamos de mãos postas
Vestidinhos de negro
Como crianças pobres
De rua em rua
A cantar mendigando
Um pedaço de pão...
Passam por nós
Caminheiros antigos
- Andrajos de luar -
E nós paramos de costas para o Sol
A meio caminho
A meditar...
Quantos passam por nós a soluçar!
Não sei
Não sei se vale a pena
Abrir as portas brancas
E dar Pousada aos caminheiros cegos
Que passam a cantar
De guitarra quebrada...
Há tanta rosa caída na estrada!
Não sei...
Não sei porque paramos a meio caminho
Acreditando ainda
No dia de Amanhã que vai nascer...
Sofrimento... alegrias...
Quem há de encher as nossas mãos vazias?
Há pássaros feridos
De asas partidas
Porque quiseram voar mais alto que as estrelas
E temendo as Alturas
Preferiram morrer...
Não sei...
Não sei se a vida é o tal caminho verde...
Se rio, sou criança...
Se choro, sou mulher...
- Quem me vai entender? -
Não sei...
Não sei...
Não sei se a Vida é o tal caminho verde
E tenho um medo imenso...
Só Deus pode Saber!!!
Maria Helena Amaro
In, «Maria Mãe», 1973
http://mariahelenaamaro.blogspot.com/2012/02/introspecao.html
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