Aqueles blocos de gelo
flutuando sobre o lago
no Glacial Balmaceda
na água azul turquesa
Aqueles blocos deslocados
da geleira-mãe milenar
brincando feito meninos
sob o sol inda a despertar
Esculpiam figuras
Diante da luz matinal
O reflexo de um cristalino azul
Como ilhas-filhas glaciares
Os turistas encantados
Diante de tanta magia
Apuravam as lentes perfilados
No registro sublime da soberania...
da mãe-natureza que inda resiste tenaz
aos nossos modos de consumo e de viver
embora não deixe de nos revelar
os danos do aquecimento em sua tez
pois, aqueles blocos de gelo soltos
revelam um cenário de desmame precoce
inda que coloridos aos nossos cristalinos
são um sinal de alerta: um stop, páre!
AjAraujo, o poeta humanista, homenageia os belíssimos e milenares Glaciares da Patagônia Chilena e alerta para a destruição de um dos sítios mais preservados da natureza, com as repercussões que naturalmente a todos irão afetar, escrito após visita do poeta, em 23-fev-2012.