Pelos descampados do meu querer,
Encontro flores campestres,
Que se aninham a meus pés,
Nos momentos de solidão,
E que me alentam para a vida,
Os seus perfumes, como essências raras,
Têm o encanto do despertar,
Das longas noites de melancolia,
Onde a nostalgia me toma!
Quando a alvorada se faz sentir,
Nos raios que penetram o meu ser,
Surge a saudade de instantes idos,
Suavizada pelos momentos presentes
E revigorada nos anseios,
Dos tempos que virão,
No futuro que se faz próximo,
Pela correnteza deste rio do tempo,
De caudal veloz,
Que tudo leva e nada deixa,
Tão somente as recordações,
Para os que ficaram,
Transmitirem aos que hão-de chegar.
José Carlos Moutinho