Fechei a porta para que os vidros transpirassem memórias na minha alquimia. As borboletas voaram no meu olhar, para junto das mãos que te acariciam na saudade do sorrir…
As luzes da cidade ficaram translucidas na poeira do deserto, onde as flores já não nascem e se aprisionam nas asas da mariposa.
Os sorrisos nas palmas das mãos abertas, na busca da nova luz… antiga, esboçam serenatas de silêncio à volta do sonho, onde a linha da vida é um início sem fim e um fim com início profetizado pelos loucos poetas perto da insanidade.
Os nevoeiros descem nos vértices do sol, ancorados nas lágrimas sem sal, para que os rios sejam doces confidentes…
As cores nas asas são presságios alaranjados na penumbra que beija a noite, os dias são pintados das veias meio loucas, meio sábias em disfarces mal apurados aos atentos olhares para lá das imagens de um lado da paisagem.
Acordo com as sirenes, esqueço a realidade e entrego a alma ao sonho para mais uma vez viver a liberdade dos voos pitorescos no alto da montanha a acariciar os laivos do sol onde sei conhecer os silêncios que o mundo não enxerga…
Ana Coelho
Os meus sonhos nunca dormem, sossegam somente por vagas horas quando as nuvens se encostam ao vento.
Os meus pensamentos são acasos que me chegam em relâmpagos, caem no papel em obediência à mente...