Meu corpo treme, minha pele queima,
Meu coração é tomado por uma taquicardia incalculável,
Minhas pernas não se controlam, minha boca seca,
Meus olhos vermelhos que vibram, minha pupila dilatada.
Serás a morte que me tomas?
Serás alguma enfermidade assoladora que me afliges?
Sem prenúncios, serás o fim?
Não, a morte não tem tanta força,
As enfermidades sempre se sanam,
Ainda que sejas com a morte.
És tu minha amada, és tu.
Nada tão forte quanto o teu beijo,
Tão avassalador quanto teu cheiro,
Tão voraz quanto te ter.
És tu minha amada, com teu tudo e teu nada,
Com teu jeito singular,
Com tua essência de menina e teu corpo de mulher.
Ao teu lado me sinto como Aquiles,
O mais belo entre todos, o mais forte,
Invulnerável em todo o meu ser,
Exceto no órgão que tu ocupas,
Que mandas, que tu dominas,
Meu calcanhar interno.
Ao teu lado os meus sentidos biológicos aguçam-se
Perdem-se em mim mesmo:
Meu tato não resiste ao te tocar,
Perde-se na leveza de tua pele.
Minhas narinas, infames narinas,
Não sustentam a essência de teu cheiro.
Sou traído pela audição que permites
A minha hipnose comandada pela tua voz,
Meus olhos fixam em ti destruindo minha análise periférica,
Só consigo enxergar a ti minha amada,
A tua sublime beleza.
Meu paladar sente o doce de tua saliva e
É envolvido por teus beijos,
Beijos que me sugam,
Que quebram toda a minha racionalidade,
Que me transforma em um simples mortal capaz de amar,
Que fazes do está ao teu lado meu paraíso eterno,
Eterno enquanto dure.
Eu te amo.