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As Rosas na janela da Rosinha.

 
As Rosas na janela da Rosinha.



Era sempre na madrugada que Rosinha acordava e via na sua janela um lindo ramo de rosas vermelhas, não sabia de quem eram e quem era que as colocava. Ela fez varias tentativas para descobrir, mas foram todas frustradas.
Quando saia de casa olhava sempre a sua volta para ver se via alguém a olhar-la, mas sem conseguir nada, sua mãe já estava cá com os azeites por causa da situação é que os vizinhos já comentavam todos por ali.
Rosinha era uma boa menina, prendada, de tratos finos e claro que era bonita sim, mas tinha um defeito no andar dela uma perna maior que outra, era aleijadinha como dizia os vizinhos daquela rua. Era um segredo total ninguém sabia quem ele era e um dia sem mais nem menos a guerra estourou pela Europa, os jovens e homens fortes foram alistados a força para defender o país dos inimigos. As rosas nunca mais foram postas na janela da Rosinha, que chorava pelo seu admirador, pensando que ele tinha ido para a guerra.
Rosinha costurava roupa para dar aos pobres, ela era uma costureira por excelência, todo o dinheiro que ganhava era para comprar tecido e fazer roupinhas para os que mais precisavam. Era uma alegria quando Rosinha descia aquelas ruas todas entrando em algumas casas e deixando os seus presentes e por vezes trazia roupa para reparar.
Um dia Rosinha foi a igreja e ajoelhou-se a chorar pelo seu amado, a conversar ela dizia a Santa Teresinha em seus pensamentos, como era possível amar alguém que nunca tinha visto e que fazia disparar o coração só de pensar. Sempre fazia um pedido a sua santinha que o trouxesse livre de perigos para casa.
Dois anos depois a guerra acabou, foi uma alegria total, festas na rua, carros e tanques de guerra que por lá passavam e alguns soldados já regressavam as suas famílias e claro a tristeza e as lagrimas dos que não viam chegar os seus familiares. Por momentos a Rosinha pensou e se ele morreu em combate, nunca saberei quem ele é, triste ela retorna para casa, com o coração apertado por saber que a sua ilusão tinha acabado.
Os dias passavam e nem sombras do seu apaixonado, passou um mês e nada, todos os que sobrevieram tinha já voltado a suas casas e nem sombra dele.
Rosinha perdeu as cores rosadas da sua face, tornou-se triste, emagreceu, até já não queria mais costurar e muito mesmo sair, nem para ir a igreja sequer, pensava ela para quê? Tornou-se mais solitária, amarga, ausente até da família, ninguém a podia ajudar ela queria era sumir, o único sítio aonde ela ia era a uma praça onde estava um memorial dos combatentes que morreram na guerra, sempre levava uma rosa branca.
Já tinham passado três anos, um dia ela acorda com um canto belíssimo de um canário, que não se calava de jeito nenhum, abre a sua janela e... Surpresa total estava o mais lindo ramo de rosas vermelhas na sua janela, ela não queria acreditar, mas como era possível.
Foi tomar seu café matinal, tomou um belo banho cantou que nem uma cotovia vestiu o seu melhor vestido, saiu feliz, comprou Rosas Brancas tirou uma e levou-as a sua Santinha agradecendo o seu milagre.
Saiu da Igreja e foi até ao memorial, rezou pelos soldados, mas já não chorava, largou a sua rosa sobre o mármore negro. Nisto ela sente alguém tocar em seu ombro, um jovem que ela conhecia, trabalhava com o seu pai, ele tirou de trás das suas costas outro ramo de rosas vermelhas.
Sorrindo eles abraçam emocionados, ele agradece por ela ter esperado por ele, esteve mais de dois anos e meio sem saber quem era e onde estava ferido em combate. Felizes voltam para casa da Rosinha e ele a pede em casamento aos seus pais.
Casaram e foram felizes para sempre, desculpem, mas existiram algumas discussões e brigas necessárias ao casamento.

Betimartins

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Betimartins
 
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