O livro misterioso
Estávamos já em férias, as desejadas férias do Natal, meus pais decidiram ir fazer uma longa viagem, viajar por vários países e claro que eu iria ficar com o meu tio mais velho, um solteirão chato e mal encarado.
Seria apenas três semanas e logo os meus pais estariam de volta. Eu já estava com os meus doze anos um rapaz já crescido e cheio de avidez de descobrir novas coisas. O meu tio Pedro tinha um casarão lindo, era dos meus avôs, eu acho que passei ali os Natais todos e nem por isso conheço todo ele.
Meus pais já tinham a mala pronta, eu também a minha mãe estava feliz, ela ia conhecer o oriente era fascinada pelas esfinges e outros locais que ela tanto achava místicos.
Como ela era aventureira, sempre foi sonhadora e ia atrás dos seus sonhos este aqui era apenas um deles. Na casa do meu tio Pedro existia uma grande biblioteca, com livros antigos, velhos e cheios de pó era isso que me deixava alegre em ficar, eu poderia ver e ler alguns daqueles livros esquecidos e não catalogados na estante escondida.
O motorista chegou para levar os meus pais ao aeroporto, depois levar-me até ao meu tio. Despedidas sempre custam, mas a minha mãe leva tudo na desportiva e sempre faz das coisas uma alegria. Ia sentir muitas saudades deles.
O carro parou mesmo na frente do casarão, a governanta já estava na porta feliz e contente por ter mais companhia, ela gostava muito de passar horas a conversar comigo o menino Henrique como ela me chamava. Passeávamos muito pelos imensos jardins, ela sempre me mostrava algo de novo por ali, era muito cuidadosa com as suas plantas, muito zelosa com os empregados na casa ao todos eram cinco, o jardineiro, o motorista e mordomo, a cozinheira, arrumadeira e outra para auxílios gerais da casa.
Era sempre gentil com eles, já estavam ali há anos, tudo estava na mais perfeita ordem sempre sorrindo, ela indica o caminho para o seu preferido quarto, a casa era tão grande que às vezes mudava de quarto.
Dona Geraldina sempre gostava de conversar sobre coisas que nem todos entendiam ou gostavam de escutar ela falava do invisível e o inexplicável, seu tio Pedro dizia coisas de velha gaga mesmo.
Pedro já estava bem acomodado na casa, eram horas de jantar, iria ver seu tio Pedro que até a data nem se dignou aparecer para cumprimentá-lo, passava horas fechado naquele laboratório que só ele acessava.
Um abraço franco e apertado, apenas foi o que pode contar do seu tio e claras perguntas chatas sobre seus pais, o jantar acabou cedo e seu tio pediu permissão para se retirar para o seu quarto com serias dores de cabeça.
Henrique vai para a sua saudosa biblioteca, ali era um mundo maior, ele podia ir para todos os lugares do mundo, todos os que a vossa imaginação vos levar, ele descobre o lugar mágico de livros velhos e não catalogados que a sua mãe tanto falava. Eram tantos sobre mistérios, países e suas histórias e muitos deles, ninguém nunca tinha sequer ouvido falar, ao puxar por um livro bem jogado no final da estante, ele vê outro livro dourado de capas grossas, com inscrições estranhas e em alto relevo no seu couro. Puxa-o, sacode seu pó que era imenso, corre para a mesa grande da biblioteca, abre-o e as letras apenas aparecem aos poucos, que coisa estranha, ele estava confuso.
Tenta ler as inscrições e não consegue as decifrar, eram em hebraico, atônico ele liga o PC do tio e começa a fazer pesquisa na tradução das inscrições, a cada descoberta ele fica atônico, era um livro mágico, um livro ainda mais poderoso que alguma vez tinha escutado falar. Ao esconder o livro ele escuta algo vindo de dentro do mesmo livro:
- Será que também tu, também vais me deixar a mofar aqui esquecido no meio da poeira?
Henrique não queria acreditar, era o livro que estava falando, estava estarrecido, nunca tinha ouvido falar que alguma vez um livro poderia falar. Pega nele e arranja um pano o cobre e leva-o para o quarto.
Já no quarto ele não resistiu e abriu-o na sua cama, entusiasmado ele fala com o livro:
- Então podemos agora falar os dois?
O livro se ilumina e lhe responde:
- Sim, podemos o que queres saber?
Henrique nem pensa mais no que perguntar, apenas pergunta o que estava torturando o seu cérebro, a sua história.
Nem precisou refazer a sua pergunta por que o livro leu-lhe os seus pensamentos e começou a narrar a sua história:
- Sabes Henrique, um dia a muitos séculos atrás, crucificaram, maltrataram, escarnaram e feriu o filho de Deus Pai, muitos foram os que fizeram os seus historiais, outros as alteraram pelo seu prazer de modificar as verdades para que o material fosse mais importante.
Jesus ensinou os apóstolos, trazendo a cura, a fé a verdade cada um de nós, mas na verdade nem todos estariam preparados na altura, quase ninguém pela rudeza dos homens e pela sua mesquinhez do coração.
Deus sabia da traição do homem, alias era isso que estava escrito para que a humanidade visse o exemplo de tudo isso na percussão do mundo, a lei das causas e efeitos. Jesus estava disposto a passar por tudo isso sendo ele um espírito muito iluminado, mas teve o cuidado de ensinar, explicar, falar por parábolas para que algumas coisas fossem entendidas pelos mais sábios para preparar o espírito rude do ser humano.
Foram escritos os evangelhos, correram por varias e varias gerações, foram feitas novas fraternidades de luz e entendimento, com vários nomes, para que todos pudessem achar o seu caminho de volta ao seu verdadeiro lar.
Como tu mesmo sabes tudo foi alterado, foram feitas guerras em nome de Deus, foram roubadas fortunas em nome de Deus, tiradas terras em nome de Deus, gente queimada viva em nome de Deus, foram dizimadas populações por falar no nome de Deus e ainda hoje as guerras se travam pesadas em toda a humanidade.
Henrique estava mudo, atento a cada palavra do livro que estava sobre a sua cama, seus olhos estavam brilhantes, pensando se a sua mãe estivesse ali, ela trocaria toda sua viagem para partilhar aquele mágico momento.
O livro vendo que os pensamentos do Henrique acalmaram, prosseguiu:
- Eu sei o que queres saber, mas ainda não é hora de saberes tudo, apenas o que é necessário para salvar este livro das garras das trevas a hora está chegando, mas ainda existem acontecimentos importantes acontecer para que o ser humano esteja pronto para a revelação final.
O homem tem que aprender a ser amar mais, aprender a ser puro, despejar-se dos vícios, dos erros e da sua cegueira, mas isso cabe apenas a ele é a sua escolha e o seu caminho. Jesus preparou-os a todos, quem quis assimilar a mensagem e caminhar no caminho do amor e da verdade estará pronto para a nova vida que estará para acontecer logo, por ai, o resto será devastado pelas correntezas da ignorância e expulsos do planeta.
Tu estavas programado para encontrar este livro que já esta a gerações na tua família, nunca ninguém soube da sua existência a não ser o Guardião de Jesus, tu és o novo Guardião de Jesus, porque o livro corre perigo, muito perigo, tem as trevas que querem o destruir para que a verdade nunca seja descoberta pela humanidade.
Henrique estava pálido, assustado, que tipo de forças ele iria lidar, ele nem sabia se defender a si mesmo quanto mais uma raridade daquelas. O livro lhe leu os pensamentos, respondendo-lhe:
- Calma, Henrique, serás preparado ainda, agora é necessário que esteja calmo e numa fale disto a ninguém e nem mostre o livro a ninguém. Precisa arrumar papel de alumínio, muito mesmo e depois arranje um pano preto, embrulhe-me nele e esconda-o em lugar que ninguém possa encontrar, tem um lugar nesta casa, uma passagem secreta e um lugar onde ninguém conhece.
- Depois eu explicar-lhe-ei com calma, agora basta o colocar aqui no seu quarto onde eu ensinarei as lições básicas da sua aprendizagem.
- Chegou a hora de descansar e mergulhar os seus pensamentos em tudo isto que se passou aqui.
- Boa noite Henrique
Henrique estava cansado sim e exausto, foram muitas revelações por uma noite só, embrulhando o livro ele parou e perguntou:
- Afinal a quem pertenceu este livro meu amigo?
O livro respondeu em voz baixa:
- A Jesus, boa noite Henrique.
Henrique ficou pálido, desfalecendo mesmo, era algo impensável a humanidade andava toda a procura de só pertence real de Jesus e ninguém tinha encontrado quase nada e o que se encontrou nem têm a certeza se é de Jesus.
Cansado deitou-se na sua cama e adormeceu.
Continua...
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