Textos : 

cristata

 
cristata
 
jean-michel basquiat, cavalgando com a morte







não tirem o vento às gaivotas - sampaio rego sou eu


não sei. esta coisa de escrever a vida. muitas vezes não dá certo - não sei. não sei mesmo. encontro sempre dúvidas nas palavras e são sempre tão imprecisas. incertas. inconstantes e a morte está sempre tão presente que os verbos nunca multiplicam o futuro. e o tempo esperança é sempre tão frio. como inverno. gelo. cadáver - se fosse um sorvete era verão. calor. família. doçura. mel. amigos – aonde estou se aqui não me encontro. para onde vou se nunca daqui saí - um dia serei cheiro. defunto. choro em faces comprimidas – diluído nas lágrimas a parte que tinha de bom. na oração a solução para todos os erros e por fim. uma mão cheia de água benta para dizer adeus – depois. virão as memórias misturadas com silêncio para os que ficam – o tempo será então saudade



cristata – nome cientifico da cotovia-de-poupa
 
Autor
sampaiorego
 
Texto
Data
Leituras
857
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.