A sorte
não está
ainda
selada,
está
apenas
lançada.
Para atravessar
o rio
não há
nenhuma condição,
apenas disposição
de molhar
os pés.
Água
faz bem,
carrega
os piolhos e o pó,
mas,
nem sempre,
livra
dos pecados.
Por isso
não se deve
ter
pressa
de atravessar.
Fica
mais leve
quem
aproveita
a paisagem.
Ao subir
do outro lado,
a cabeça muito erguida
pode vir a ser
alvo fácil,
a não ser
que o capacete
seja de prata,
marcado
com as letras
mágicas.
O céu, meu amigo,
precisa
ser conquistado.
Não sei
se deve
ser
a ferro
e fogo.
Mas,
não cabe
lá
covardes,
senão,
como
ultrapassar
os demônios?
A palavra
desembainhada
penetra
com rigidez
o tórax
do anjo
guardião.
O qual
soluça.
E abre bem
o caminho
do umbral
secreto.