Luz, que se cruza na sombra, realce de tua pele desnuda que reflecte os sentidos da alma. Noite inundada de estrelas, que me cobre o espírito e te trás até mim. A eternidade repete-se num ciclo de palavras que nascem no final de cada dia. A Noite chega, por entre tons de fogo na agonia de mais uma tarde. És alma pura, virgem imaculada que desponta no jardim da esperança. És passado eternizado nas páginas do livro da minha vida, letra nua, palavra crua, frase doce e terna que me afaga em cada texto.
No canto suave do vento, escuto a tua voz que chega duma outra dimensão, canção ritmada, rima incandescente de amor, saudade de um tempo por inventar. Falas-me, com a voz da brisa, e afago-te com as minhas mãos, perseguindo a silhueta do teu corpo, como se já o soubesse de cor, como se estivesses aqui agora, entre meus dedos, entre meus braços entre a minha alma. Não sei porquê, não sei como mas nasces, com a Noite, em cada dia que se apaga, como uma estrela em permanente cadência, e recebo-te, neste pedaço de mundo que ambos construímos, de braços abertos, de alma na palma da mão, absorvendo cada pedaço da tua fulgurante energia, renascendo das minhas próprias cinzas, fazendo de teu corpo, meu corpo, para sempre!