Pareço um hippie acariciado pela ilusão,
Mochila às costas varrendo as horas vadias,
Sorvendo do tempo esperanças tardias,
Deixando que fantoches malogrem o coração.
Pareço ébrio consumido por uma magia
Que estiola a essência e libera o deboche,
Vampirizado por dentes que me tomam de posse
E que me perfuram os andaimes de minha fantasia.
Padeço de uma vertente que tripudia sobre meus planos
E desemboca a peçonha que me encurta os anos
Nas águas salobras de um misticismo que maltrata...
Pareço um viajante de cujas veredas me perdi
E me vejo enclausurado por imagens que não produzi
E que navegam sinistras pela correnteza de um mar de prata!