Eu a chamo de “gata”...
Ela, cafona, chama-me “pão”,
Ignoro se vamos ficar juntos ou não...
Não sou homem que se cata!
Sou mancebo de cabelos grisalhos,
Ela está na flor da idade, moderninha,
Tenho o desejo de que ela seja só minha
E tento transformar-me num sedutor pirralho...
O tempo não maltrata minha epiderme,
Minha aparência até que nem tanto se renova,
Ainda posso usufruir e sentir coisas novas
E comparar-me a um gajo jeitoso e imberbe...
Ela e o mundo me olham como se não houvesse um dossiê,
E muitos me dizem corroídos: “o tempo não passa para você!”