Um frio macabro envolve meu corpo
E no silêncio da madrugada rasga-se a mortalha,
Meu sangue é vida, leite que não se talha,
Por isso relampejo amor e não estou morto!
Com as batidas do coração uma estrela flutua
À cata do remanso oásis escondido no ventre,
Embora perdida numa imensidão nebulosa e cadente,
Despe-se de seu manto e desfila airosa e nua!
Com a força dos ventos despenca na escuridão
E cai sonolenta nos matagais de doce coração
Que dorme ressabiado na noite de chuva...
Envolto no tétrico devaneio que o desperta alhures,
Vê-se massageado por um brilho opaco carente de luzes,
Mas que inunda de amor seus batimentos na madrugada turva!