Sonetos : 

O avesso das coisas

 
Onde houver luz, existirá sombra.
Habitam juntas tristeza e alegria.
O breu da madrugada que agora assombra,
Quando alcançar o ápice, será dia.

A água boa que debela a tua sede,
Passeou n’alguma nuvem, evaporada.
Esse sono embalado em tua rede
Foi vigília quando veio a alvorada.

E do nada todas as coisas surgem;
Acho o avesso quando digo uma palavra.
Houve o feio quando a boca disse: _ Belo!

Pode intensa clareza ser vertigem.
Água calma poderá ser onda brava;
Como o prego tem por oposto o martelo.


Frederico Salvo.



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FredericoSalvo
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 11/02/2012 23:58  Atualizado: 11/02/2012 23:58
 Re: O avesso das coisas
se não fosse um belo soneto/canção; poderia bem ser um dos solilóquios/oração de são francisco de assis.
meu abração caRIOca ao aomigo e poeta/parceiro.
zésilveira





ps.: estamos te esperamos para o abraço no 1º Encontro Luso-Poetas Versão Brasuca.rs