QUANDO EU MORRI
Eu ainda era muito jovem...
Cabelos, longos e a barba, amarelada
Pela fumaça, do cigarro de palha
Que, um grande buraco em meu peito abriu.
A nicotina e o catarro grudados
Colados assim no meu pulmão
Num grude danado...
O doutor, falou assim pro meu pai
-Esse daí, não tem mais solução
Vá para casa e prepare o funeral
Pois esse não verá o próximo carnaval.
Papai entrou, e mamãe começou a chorar
Pelo seu filho que ia viajar
Daqui a pouco o telefone tocou
-O seu presunto, eu já vou empacotar.
Mamãe então caiu num desmaio
E a minha irmã começou a se lembrar
Que eu queria ser um grande doutor...
Um engenheiro, ou até aviador.
Mas o destino me cobriu de fumaça
E com a cinza do fogo que eu mesmo acendi
A minha vida, eu fui perdendo, e assim
Tudo acabou, agora chegou ao fim
E para mim rezaram uma missa.